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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Dicas de Viagem.... Parte II



Olá pessoal! Continuando com a lista de dicas ( muito valiosas) escrita por Simone Pessoa, aí está a segunda parte. Aproveitem!!

21) Levar umas barrinhas de cereal para quebrar o galho quando não houver alternativa;

22) Não perder os programas essenciais, mesmo que na conversão para o real sejam caros (“Quem converte, não se diverte”). O que for supérfluo e caro, não consuma (a não ser que você tenha dinheiro sobrando rsrs)!

23) Ter sempre uma bateria extra da máquina fotográfica e recarregá-las no hotel, assim como o celular deve ser carregado em todos os lugares possíveis (hotéis, trens);

24) Na medida do possível, preferir os free shops no Brasil, pois pagar em real e no cartão é mais vantajoso. E pode-se deixar para comprar os presentes na volta para não pesar na mala durante a viagem.

                                  

25) Levar um carregador universal por conta das diferentes tomadas que encontramos mundo afora;

26) Levar uma cópia das principais páginas do passaporte, útil em caso e perda do original, para facilitar a emissão do salvo-conduto no consulado/embaixada no exterior;

27) Fazer seguro de bagagem;

28) Colocar etiquetas nas bagagens com o endereço de origem e o endereço do destino;

29) Fotografar as malas para facilitar a descrição no guichê da companhia aérea em caso de extravio;

30) Levar bagagem de mão com roupa para trocar enquanto as malas aparecem;

31) Ao fazer as malas da família, distribuir as coisas de tal forma nas malas que tenha um pouco de tudo em cada mala. Se alguma mala extraviar, ninguém ficará na mão.

                                        
Reproduzo na íntegra as dicas do Magno Valença:


"32) Hoje só ando com mala tamanho P, daquelas de bordo, com rodinhas, mas sempre as despacho porque saem com 10 ou 12 quilos. Mesmo assim, é muito prático para chegar e sair de qualquer lugar. Há muito não carrego big back bag porque as costas já não suportam.

33) Antes da viagem faço vários ensaios de bagagem até encontrar uma solução que caiba na mala e possibilite combinações para todas as estações - do calor ou frio. Homem é mais fácil? mas mulher também porque pode levar peças básicas e acessórios para combinar.



34) E anoto. Anoto o que saiu na mala e o que voltou para ver se na próxima posso levar menos ainda. E sempre sobra algo limpo.

35) Na mochila de mão também levo uma muda de roupa íntima e uma camiseta, como prevenção. Já tive mala extraviada e isso poderá aliviar o transtorno.

36) Casados e blusões sempre na mão porque não há nada mais desagradável que ficar sem essas peças essenciais no frio, em caso de problemas com a bagagem.


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O que determina o seu gosto musical? Por que gostamos de ouvir música?

Sabe quando você escuta aquela sua música preferida e se sente bem? Quando se lembra de um amigo ou momento imediatamente após ouvir uma? O que será que determina o seu gosto musical?
                                             
Sim. Ela é capaz de evocar emoções e está fortemente associada a lembranças e sentimentos. Entretanto, a emoção vivenciada não está no significado do que está sendo exposto na música, pois se o fosse não choraríamos ao ouvir um hit estrangeiro do qual não conseguimos compreender uma única palavra. A emoção está mais no valor que atribuímos à melodia e as lembranças que associamos a ela.

                                             Por que gostamos de ouvir música? 

Ouvir música boa faz com que o cérebro libere dopamina, uma substância que proporciona sensação de bem-estar, prazer e motivação, pois atua no centro de recompensa do cérebro. Essa substância também é liberada durante o sexo, o uso de drogas e após ingerir comidas deliciosas. Ou seja, a sensação boa ao ouvir música tem influência biológica e pode provocar uma onda intensa de excitação emocional que inclui alterações na frequência cardíaca, pulso, frequência respiratória dentre outras.

 O que determina nosso gosto musical?

Neurocientistas monitoraram a atividade cerebral de um grupo de pessoas ao ouvirem diferentes estilos musicais. A partir disso, observou-se que a música atua em diferentes centros do cérebro simultaneamente. Entretanto, cada estilo musical estabelece seu próprio padrão de atuação. A pesquisadora Salimpoor afirmou: o que determina nossas preferências musicais é a maneira como os neurônios conectam-se entre si e essa conexão é determinada pela sensibilidade neuronal que desenvolvemos durante a nossa vida.

Em outras palavras: se crescemos ouvindo determinados tipos de músicas, nossos neurônios criam conexões específicas que são reativadas sempre que ouvimos músicas parecidas. Isso faz com que nossa memória resgate todas as lembranças associadas e nos dê aquela sensação de bem estar. É por isso que grandes músicos costumam ter um variado gosto musical, pois ao longo de suas vidas foram expostos repetidamente a diferentes padrões musicais.

Mas o que acontece no nosso cérebro quando nós gostamos de algo que nunca ouvimos antes?

Ao analisar a atividade cerebral de pessoas enquanto ouviam determinada música pela primeira vez, a dopamina foi igualmente lançada no cérebro. Isso acontece porque o cérebro busca padrões reconhecíveis que estejam armazenados na memória e faz previsões de qual direção a música está tomando. Dessa forma, quando ouvimos uma música diferente daquelas que estamos condicionados não respondemos com familiaridade a ela e acabamos não gostando. É por isso que canções pop são mais populares, pois suas estruturas melódicas e ritmos são razoavelmente previsíveis e mais facilmente agradáveis à maioria das pessoas.

                                                                Música como terapia
A utilização da música como terapia é um método antigo, sendo utilizada inicialmente no âmbito psicossocial, como ferramenta para facilitar a construção do vínculo social e a expressão de emoções e afetos. Essas propriedades da música são de grande importância, entretanto busca-se, atualmente, a utilização da musicoterapia como estímulo neurológico para o tratamento de determinadas doenças específicas, através de sua capacidade de modificar a percepção sensorial, motora e cognitiva. O objetivo é reabilitar o cérebro.

                                               Quando a musicoterapia é utilizada?

As principais abordagens da musicoterapia referem-se a déficits auditivos, aos usuários de implantes cocleares, as pessoas que sofreram lesão cerebral, autismo, paralisia cerebral, lesão medular, esclerose múltipla, Parkinson, distúrbios psiquiátricos e outras enfermidades que comprometem as funções executivas (pensamento, linguagem, raciocínio, compreensão, cognição, atenção e controle motor).
Como a musicoterapia atua no cérebro?  

                                           
Diversas pesquisas estão sendo utilizadas a fim de compreender como a música pode produzir benefícios. Sobretudo com o auxílio de exames funcionais de última geração descobriu-se que a música age no cérebro e tem ampla influência sobre a neuroplasticidade. Evidenciou-se ainda que a música não age em áreas exclusivas do cérebro, mas sim em diversas regiões responsáveis pelas funções executivas. Assim, ela ativa padrões complexos por todo o cérebro e estimula múltiplas funções, provoca transformações na atividade neural, desenvolvendo-a, reativando-a e tornando-a mais eficiente.

Referências: Frontiers, Scientific American, The DANA Foundation

 Fonte: Revista Meu Cérebro

domingo, 23 de agosto de 2015

Dicas de viagem... Parte I


 Oi gente, tudo bem? Recebemos esses dias uma lista de ótimas dicas para viajar. A autora dessas dicas é a Simone Pessoa. Como são muitas, vamos segmentar e postar aos poucos. Vale a pena ler. Quando planejamos bem, podemos aproveitar com mais tranquilidade e segurança. Esperamos que gostem.


1) Escolher a estação adequada para cada destino. A primavera e o outono costumam ser as melhores épocas. Contudo, há países como a Inglaterra, a Rússia e os países nórdicos em que o verão é bem ameno e pode ser melhor que as demais estações.

2) Se possível, evite as altas temporadas de férias para fugir das multidões de turistas;

3) Se for por conta própria, fazer um planejamento inicial (datas, cidades, locais a visitar), que pode ser flexibilizado no decorrer da viagem;



4) Água: se hidratar durante toda a viagem é importantíssimo. Por isso, portar uma garrafa d’água na mochila é básico. Inclusive, depois que passar da vistoria do embarque, comprar uma garrafinha d’água para levar no avião, já que a água fornecida pelos comissários de bordo é insuficiente.

5) Sobrinha: recomendo uma sobrinha leve na mochila, assim você poderá prevenir o excesso de sol e a chuva. Também, pessoalmente, não viajo sem uma viseira/boné;

6) Porta-dólar: essa é clássica para guardar o passaporte e parte do dinheiro agarrado na cintura. Em todo canto, há “pickpockets”, os decantados batedores de carteira, sobretudo nos locais de aglomeração. Recomendo aos homens não portar a carteira no bolso;

7) A mochila é prática, confortável e segura para andar na rua. Existem alguns modelos em que o feche clair fica escondido entre a mochila e as costas (as da Uncle K);

                                          
8) Em locais frios, utilizar uma vestimenta flexível, que contemple segunda pele, uma segunda camada e um casaco impermeável. De acordo com a oscilação do clima, você vai tirando ou pondo camadas. Recomendo demais a Decathlon, loja de material esportivo, cujos artigos servem para viagens: http://goo.gl/bMFYL0

9) Tênis e calçados confortabilíssimos para bater pernas;

10) Fazer o check in com a possível antecedência, para garantir um bom lugar no avião e simplificar a entrega dos documentos e malas no guichê da companhia aérea;

11) Ir para o aeroporto com bastante antecedência, sobretudo quando se trata de voos internacionais;

12) Levar um livro (se for um da Simone Pessoa, melhor ainda rsrs) na bagagem de mão para ajudar passar o tempo de voo;

13) No exterior, aproveitar as chances de utilizar os banheiros dos hotéis, restaurantes, bares, museus, aeroportos, para evitar apertos na rua;

                                             

14) A mala deve ser enxuta. Não é fácil, sobretudo para nós mulheres rsrs, mas devemos tentar levar roupas versáteis que possamos reutilizá-las várias vezes e assim diminuir o peso e o tamanho da mala;

15) Levar uma farmacinha para as ocorrências comuns: dor de cabeça, dor de barriga, febre, etc

16) Evitar comidas exóticas. Se quiser provar, que seja muito pouco, para evitar mal estar e problema intestinal.

17) Protetor solar sempre;

18) Lenço de papel na bolsa também;
                                             
19) Para reservar hotéis, consulte o Booking (http://goo.gl/MukbRe), pois lá os hóspedes avaliam realmente a qualidade e o custo e benefício. Não deixe de ver os pontos negativos relatados pelos usuários.

20) Uma alternativa interessante ao hotel são os apês e acomodações para alugar. Tem um site interessante nesse sentido (Airbnb): https://www.airbnb.com.br/


E aí? Gostaram? Esperamos que sim.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Projeto Hanuman

Cantemos os nomes de Deus

 Hoje iremos divulgar um projeto incrível que é uma oportunidade maravilhosa conhecer. Esse projeto chama-se Projeto Hanuman!
           O Projeto Hanuman tem o objetivo de realizar kirtans (encontros de músicas devocionais, muito praticado na Índia) e cantar mantras, cantos cósmicos e canções sagradas. É um trabalho belíssimo, voluntário e sem fins lucrativos. As canções que são cantadas são de diversas linhas espirituais e de diversas organizações religiosas. 

  Para assistir aos demais vídeos, acesse : https://www.youtube.com/user/jocelydedeus

 O Projeto Hanuman é realizado por um casal de professores e ocorre em diversos espaços, como praças e universidades. Neste último dia 18/08 o projeto realizou um kirtan em uma das salas do Centro de Humanidades da UFC. Confiram as fotos!!
Prassada maravilhosa e gostosa... Samosas, molho chutney agri-doce, sucos divinos, cookies, chips... tudo delicioso!!!

 

 Que haja mais eventos do Projeto Hanuman!
 

Amazônia


A floresta Amazônica tem a maior biodiversidade do planeta - conheça um pouco sobre este rico bioma brasileiro.

Foto: Planeta10
          A Amazônia é a maior área contínua de floresta tropical da Terra e serve como um dos últimos refúgios da vida selvagem. As estimativas do número total de espécies variam entre 800 mil e 30 milhões.  Essa grande biodiversidade está sujeita a variações climáticas e deve se adaptar a dois períodos bem definidos para sobreviver.

          É uma floresta tropical fechada, formada em boa parte por árvores de grande porte, situando-se próximas umas das outras (floresta fechada). O solo desta floresta não é muito rico, pois apenas uma fina camada de nutrientes. Esta é formada pela decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é matéria essencial para as milhares de espécies de plantas e árvores que se desenvolvem nesta região. Outra característica importante da floresta amazônica é o perfeito equilíbrio do ecossistema. Tudo que ela produz é aproveitada de forma eficiente. A grande quantidade de chuvas na região também colabora para o seu perfeito desenvolvimento.

         Durante a seca (maio a setembro) algumas árvores perdem as folhas para economizar água mostrando os macacos-aranhas que lutam para buscar frutos. O nível dos rios baixa expondo os barrancos onde o saí-andorinha irá construir seu ninho. Borboletas aproveitam os bancos de areia para pegar nutrientes necessários para a reprodução. A anta, desesperada por água, procura pequenas poças dentro da mata. Se não consegue encontrar nada, se arrisca na beira do rio, onde a onça-pintada está a espreita. É uma época de sofrimento para os animais. 

Foto: Fabio Paschoal

Foto: Fabio Paschoal

Foto: Fabio Paschoal

Foto: Fabio Paschoal

Mas quando tudo parece que vai arder em chamas, chega a temporada das chuvas (outubro a abril) trazendo a água tão essencial para a vida. É a época das frutas: figo, caju, jaca, manga, açaí, ingá, mescla, cacao, cupuaçu... As saíras, tucanos, araras e macacos se fartam de tanta comida. Dentro da mata, os sapos venenosos tentam achar parceiros para acasalar enquanto as cobras procuram por lugares mais elevados para fugir da água que começa a inundar a floresta. É então que as borboletas surgem novamente, anunciando o final das chuvas e o recomeço de um novo ciclo na Amazônia.
Foto: Fabio Paschoal

Foto: Fabio Paschoal
 Foto: Fabio Paschoal

E essa exuberância não pertence somente ao nosso país. A preservação desse bioma é fundamental no equilíbrio climático global. Preservando, estaremos garantindo um planeta melhor para nossos descendentes.


Fonte: National Geografic e Greepeace

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Grupo de Astronomia Mário Schenberg (GAMS)

Olá, tudo bem? Você já teve curiosidade em saber mais sobre as estrelas, planetas e tudo mais que compõem o céu e o universo? Você já ouviu falar sobre o GAMS? Tem alguma ideia do que seja? Não? Ficou curioso? Então continua com a gente!

     GAMS é a sigla usada para o nome Grupo de Astronomia Mário Schenberg . O GAMS é uma associação sem fins lucrativos que visa ao estudo e a divulgação da astronomia.

      Fundado em 19 de outubro de 2013, o grupo homenageia o notório físico, matemático, político, engenheiro e crítico de arte brasileiro Mário Schenberg (1914-1990), o qual foi apontado por Albert Einstein como um dos dez maiores físicos de sua época. Considerado o maior físico teórico brasileiro, os trabalhos científicos de Mário Schenberg eram voltados para termodinâmica, mecânica quântica, mecânica estatística, relatividade geral, astrofísica e matemática. Seus estudos em astronomia são amplamente divulgados em livros didáticos, sendo os melhores exemplos a sua participação no Processo Urca, que explica o ciclo de reações nucleares envolvidas na criação de supernovas, e o Limite Schenberg-Chandrasekhar, o qual determina a máxima massa que um núcleo estelar isotérmico pode suportar o colapso gravitacional de seu envoltório.

Físico Mario Schenberg
      O GAMS oferece observações lunares, que sempre ocorrem na Seara da Ciência. As observações são abertas à comunidade em geral,  independente da formação acadêmica e da faixa etária.

         Foi em uma atividade de observação lunar que pudemos conhecer esse trabalho super bacana! Fiquem atentos que divulgaremos aqui no blog as próximas atividades desse grupo. Que tal compreender melhor o céu e as estrelas?

Para mais informações, visite a página oficial no facebook : 
 Grupo de Astronomia Mário Schenberg - GAMS 
https://www.facebook.com/pages/Grupo-de-Astronomia-M%C3%A1rio-SchenbergGAMS/427250407379054?fref=ts 

O fundo é a região de formação de estrelas SIO6 capturada pelo Hubble em 2011. A esquerda, o busto do Astrofísico Brasileiro, Mário Schenberg. Foto de formatura em 1936.


Logo do GAMS
Fonte: página do facebook do GAMS.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Os Efeitos da Música no Cérebro Humano

          A música, assim como outras manifestações culturais e artísticas, é capaz de despertar sentimentos e reviver lembranças. É um universo de significados, representações e percepções distintas, tornando possível afirmar que cada pessoa a perceberá de um modo diferente. Esse tipo de arte aciona diversas áreas do cérebro humano, podendo ainda induzir atos, pensamentos e emoções, como ocorre com a música religiosa, romântica ou com uma mais agitada.





         Para a docente e pesquisadora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto, Sílvia Nassif, a música representa um dos sistemas simbólicos mais significativos culturalmente. "Ela acompanha praticamente todos os momentos ritualisticamente importantes nas nossas vidas. Esse fato faz com que sigamos construindo relações de afeto com certos tipos de música, relações essas que são acessadas em presença de determinadas músicas. Podemos dizer que há, portanto, um nível coletivo (grupos culturais com determinadas identidades tendem a ouvir afetivamente de modo semelhante) e um nível individual (experiências pessoais, audições afetivamente individualizadas), nos modos de apreensão emotiva da música", diz Nassif, que trata dessa questão também no artigo "Musicalidade, desenvolvimento e educação: um olhar pela psicologia vigotskiana".

         Caroline Pacheco, mestre em cognição e filosofia da música pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), também explora esse caráter social e pessoal das experiências musicais. Segundo ela, "dificilmente, uma pessoa irá se sentir feliz ou realizada ouvindo uma música que faz com que ela recorde um momento triste. Ou, ainda, ninguém vai a uma festa para dançar ao som do Réquiem, de Mozart, uma vez que tal música está associada à morte". Ou seja, as construções sociais do grupo no qual estamos engajados, são também responsáveis pelo tipo de reação que teremos ao ouvir ou fazer uma música. "Nossas experiências pessoais e sociais, além de nossa memória (evidentemente) é que dirão que lembrança, desejo ou emoção será ativada ao ouvir, dançar, cantar ou tocar determinada música", explica Pacheco.

Mas como a música é recebida pelo cérebro? Quais áreas são afetadas e que reações ela provoca no organismo humano?

         Após o som ser transmitido por moléculas através do ar, ele chega ao tímpano, que se agita para dentro ou para fora, conforme a amplitude e volume do som que recebe, e também da altura desse som, isto é, se ele é grave ou agudo. Entretanto, nesse estágio, o cérebro recebe apenas uma informação incompleta, sem distinção do que o barulho realmente representa - se ele é de vozes, do vento, de máquinas etc. O resultado final, decodificado pelo cérebro, representa uma imagem mental do mundo físico, que é gerado a partir de uma longa cadeia de eventos mentais.

          O primeiro processo dessa cadeia, pode-se dizer que é a "extração de características", quando o cérebro apenas percebe as características básicas da música, por meio das redes neurais especializadas. Nessa fase, o som é decomposto em elementos básicos como altura, timbre, localização no espaço, intensidade, entre outros. Isso ocorre nas partes periféricas do cérebro. O segundo passo ocorre nas partes superiores cerebrais, quando é preciso integrar essas informações básicas adquiridas, de forma a obter uma percepção completa.


          Daniel Levitin, neurocientista e músico, no artigo "A ilusão musical", explica que o cérebro enfrenta três dificuldades nas fases mencionadas acima, nas quais deverá provocar alguma
reação no indivíduo: "primeiro, a informação que chega aos receptores sensoriais é indiferenciada em termos de localização, fonte e identidade. Segundo, a informação sonora é ambígua: diferentes sons podem gerar padrões de ativação similares ou idênticos ao atingirem o tímpano. Terceiro, a informação sonora é incompleta". Logo, uma das funções dessas etapas é fazer uma espécie de cálculo estimado do que está acontecendo realmente no mundo, o que permite afirmar que a percepção auditiva é um processo de inferência.

Pode-se afirmar que a atividade musical envolve quase todas as regiões do cérebro e os subsistemas neurais. Quando uma música emociona, são ativadas estruturas que estão nas regiões instintivas do verme cerebelar (estrutura do cerebelo que modula a produção e liberação pelo tronco cerebral dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina), e da amídala (principal área do processamento emocional no córtex) . Na leitura musical, o córtex visual é a área utilizada. O ato de acompanhar uma música é capaz de ativar o hipocampo (responsável pelas memórias) e o córtex frontal inferior. Já para a execução de músicas, são acionados os lobos frontais - o córtex motor e sensorial.

                                        Mitos que envolvem a música e o cérebro
Há diversos mitos que relacionam a música com o desenvolvimento cognitivo (processo do conhecer e que envolve raciocínio, juízo, lógica, atenção, memória, percepção, linguagem e pensamento), principalmente na infância. Questiona-se se ela pode ajudar no aprendizado lógico, assim como o xadrez; se uma pessoa talentosa já nasce com essa característica, independente do treinamento musical. Muitas são as hipóteses que envolvem o cérebro e a música, mas que ainda carecem de comprovações científicas.

Primeiramente, o que influencia mais no aprendizado musical: o dom e a predisposição ou o domínio da técnica e o treino musical? Esta é uma das questões que os cientistas de diversas áreas do conhecimento - música, psicologia, medicina, educação - tentam responder. Para Pacheco, "é evidente que algumas pessoas têm maior predisposição para fazer música, assim como outras têm maior facilidade para resolver problemas matemáticos ou para aprender línguas. Todavia, o treinamento, ou seja, o engajamento com atividades de educação musical pode influir tanto, ou mais, que o tão famoso dom no aprendizado musical". Na opinião da pesquisadora, se a música fosse praticada apenas por quem é talentoso ou apresentasse um dom para ela, o número de músicos cairia drasticamente.
                                                   

Para Nassif, que aborda a hipótese vigotskiana de desenvolvimento, em que há um entrelaçamento entre biológico e cultural, a noção de predisposição, nesse sentido, é bastante problemática. "As predisposições que podemos considerar facilitadoras para a aprendizagem musical são bastante genéricas e podem dar origem, no curso do desenvolvimento, a aquisições muito diferenciadas (uma audição acurada, por exemplo, pode dar origem tanto a um músico quanto a um foneticista). Nesse sentido, os fatores mais determinantes estão ligados às experiências vividas. Não necessariamente estudos formais, mas experiências que possibilitem que disposições biológicas se convertam em disposições culturais para a música". Segundo ela, é a partir daí que o treinamento musical passa a cumprir seu papel.

Associar a prática musical com a inteligência é um dos mitos mais comuns, numa tendência de mesclar esses dois campos. "Há um grande interesse em se 'desvendar' qual o efeito da música na vida das pessoas, e é bastante comum ouvir leigos, pais e até professores relatando melhoria no desempenho escolar e na capacidade de atenção, por exemplo, em crianças que estão envolvidas com a educação musical", afirma Pacheco. A pesquisadora diz que esse tipo de pensamento ainda não foi comprovado cientificamente. Logo, a ciência ainda não é capaz de dizer que escutar, tocar ou aprender determinado tipo de música (causa) faz com que as pessoas engajadas nessas atividades musicais sejam "melhores" em outras áreas do conhecimento ou apresentem alteração de comportamento tomados como positivos (efeito). "A aprendizagem musical não se separa do desenvolvimento geral da pessoa. Nesse sentido, não só o desenvolvimento cognitivo, mas também o afetivo e o motor estão integrados nesse processo", completa Nassif.
                                                          

O polêmico "efeito Mozart"

Apontado com um dos estudos mais controversos sobre música, inteligência e cognição, o "efeito Mozart" pretendia descobrir se, de fato, ao ouvir as composições de Wolfgang Amadeus Mozart, as pessoas apresentavam um aumento no desenvolvimento cerebral. Porém, ao invés de trazer respostas, ela trouxe ainda mais dúvidas e incertezas, inclusive acerca da confiabilidade de seus resultados. O estudo foi idealizado em 1993, na Universidade da Califórnia, pelo físico Gordon Shaw e pelo especialista em desenvolvimento cognitivo Frances Rauscher, e consistia na divisão de um grupo de estudantes de psicologia em três turmas: um deles ouviu Mozart; outro ouviu uma fita de relaxamento e outro apenas permaneceu em silêncio. Depois disso, os alunos foram submetidos ao sub-teste de habilidades espaciais do teste de inteligência Stanford-Binet. O resultado apontou para uma melhora nas habilidades espaciais, naqueles que foram submetidos à composição de Mozart, o que foi o suficiente para difundir o pensamento de que, ao ouvir passivamente esse compositor, as pessoas ficariam mais inteligentes. A confusão foi tanta que "o governador Zell Milner do estado da Geórgia (EUA) chegou a distribuir CDs de Mozart nas maternidades para que seu estado tivesse mais pessoas inteligentes que os demais", comenta Caroline Pacheco.

Os resultados do estudo são questionáveis porque, depois disso, outras 20 pesquisas tentaram recriar os resultados dessa primeira, sem sucesso. "Além disso, outros estudos indicaram que estudantes que passaram pelo mesmo experimento, mas que ouviram Albinone, ou Philip Glass, ou Schubert, ou a narração de uma história, ao invés de ouvir Mozart, apresentaram uma melhoria similar nos resultados dos testes", lembra a pesquisadora. Outro fator que merece atenção é a condição dos alunos antes da aplicação do teste, pois ficar em silêncio ou escutar uma música de relaxamento pode ser entediante, induzindo a esse resultado. "Ora, ouvir Mozart ou Schubert ou Albinone, gerou níveis mais altos de estimulação cognitiva, o que pode ter aumentado o nível de circulação de dopamina, podendo contribuir em uma gama de tarefas cognitivas, entre elas as tarefas que envolvem as habilidades espaciais", finaliza a estudiosa.

 Fonte: Revista ComCiência- Scielo

domingo, 9 de agosto de 2015

Começando a Desvendar o Sistema Nervoso


         Hoje nós vamos falar um pouquinho sobre o vasto sistema nervoso, suas subdivisões e seus componentes. Mas porque devemos conhecê-lo melhor? Para  facilitar a compreensão do que acontece com nossa mente, com nossa cognição e como nosso corpo age e reage aos estímulos e emoções. Na nossa relação com o mundo, o tempo inteiro somos estimulados e respondemos aos elementos do ambiente. A cada estímulo externo (como o cheiro de um alimento ou o som de uma buzina) e mesmo interno (como dor ou sensação de fome), o organismo reage, ou seja, de certo modo “responde" a essas perguntas:

De onde vem o estímulo?
Como meu corpo reage a esse estímulo?
Isto me fará bem ou mal?
Já tive essa sensação antes? 

          Esse processo ocorre no sistema nervoso central de maneira tão instantânea que a nossa consciência não tem como identificar todas as suas etapas, nem os milhares de estímulos que o corpo recebe a todo instante.
         Para compreender melhor como percebemos os estímulos externos e como respondemos a eles, é fundamental reconhecer o sistema que forma a rede de comunicação do corpo.


          O sistema nervoso é um sistema integrado. O que ele faz depende fundamentalmente de uma cooperação funcional de suas partes, que tendem a ser especializadas. De maneira geral, tomamos o sistema nervoso como um sistema que evolui para um único fim: otimizar a manutenção da integridade do organismo. Todos os processos que ocorrem a nível neural são de alguma forma adaptativos aos estímulos recebidos. O sistema nervoso passa por um contínuo processo de aprendizagem, produzindo respostas de fuga ou enfrentamento, atento à ameaças e oportunidades. Em linhas gerais, podemos entendê-lo como a parte do organismo mais capaz de receber, perceber, integrar e responder aos estímulos recebidos em determinado ambiente. Basicamente, ele consiste em três partes:

Sistema Nervoso Central (SNC), que inclui basicamente o encéfalo (o que chamamos de cérebro) e a medula espinhal;

Sistema nervoso periférico (SNP), que inclui os neurônios (células nervosas) fora do SNC e os nervos cranianos e espinhais que unem o encéfalo e a medula espinhal às estruturas periféricas;

​Sistema nervoso autônomo (SNA), que tem partes no SNC e partes no SNP, e consiste em neurônios que inervam os músculos lisos, músculo cardíaco, epitélios glandulares e combinações destes tecidos.

   
   Após conhecer as “macro” subdivisões do sistema nervoso, passamos para o estudo de alguns dos seus principais componentes, conceitos básicos que devem ser dominados por quem se aventura nesse aprendizado. O sistema neurológico se baseia em uma organização aplicada destes componentes, cada qual desempenhando suas funções. Os diferentes tipos celulares interagem para responder adequadamente aos estímulos sentidos, uma interação que atinge o seu mais alto grau de refinamento por meio das sinapses. Portanto, para que o sistema nervoso funcione, não basta apenas que cada um dos componentes esteja em seu devido lugar anatômico, mas que interaja satisfatoriamente com os demais.

                                                               O neurônio
É a célula típica do sistema nervoso, composta, como outras células do organismo, de um corpo celular com organelas intracelulares; apresenta ainda uma membrana plasmática especializada em gerar e conduzir sinais bioelétricos. Os prolongamentos neuronais são os dendritos e os axônios. Juntamente com a morfologia do corpo celular (pericário), a disposição desses prolongamentos classifica os neurônios.



                                                                     A sinapse
                A unidade mais simples de função nervosa requer dois neurônios: um receptor ou sensitivo e outro efetor ou motor. A conexão morfofuncional entre esses dois neurônios ocorre por meio de uma sinapse. As ramificações terminais do neurônio sensitivo (axônios) se dilatam em pequenos botões, os botões terminais, que se dispõem em contato com os dendritos, corpos celulares e axônios dos neurônios efetores. Vesículas receptoras repletas de neurotransmissores depositam o conteúdo na fenda sináptica.

                                   

                                                               Os neurotransmissores
Para ser um neurotransmissor, a substância deve ser produzida no neurônio pré-sináptico, a quantidade produzida deve ser capaz de gerar uma resposta no neurônio pós-sináptico, a aplicação exógena da substância deve reproduzir os efeitos da liberação sináptica e, finalmente, deve haver um mecanismo para por um fim à resposta fisiológica que foi gerada, com consequente remoção do composto da sinapse.

                                
                                                      
                                                                 As células gliais
O sistema nervoso não é constituído apenas pelos neurônios. Outras células participam do suporte, sustentação, cicatrização, nutrição, auxílio na transmissão de impulsos elétricos e produção do liquor, dentre outras funções. São componentes da glia os astrócitos fibrosos e protoplasmáticos, os oligodendrócitos e células de Schwann, as células ependimárias e a micróglia. Os astrócitos e células oligodendrogliais também são conhecidos como células da macróglia.





E então, o que você achou desse artigo? 


Fontes:  6ª edição da Revista MeuCérebro.
site sobiologia.com.br 

sábado, 8 de agosto de 2015

DATA DA FOTO: 8 de agosto de 1936
FOTÓGRAFO: Desconhecido
LOCAL: Manhattan, EUA.

O Zeppelin Hindenburg, com sua "barbatana nazista" flutua lentamente sobre o Empire State. O dirigível alemão estava a caminho de Lakehurst, Nova Jersey, EUA. Passou também sobre o Farol da Barra em Salvador, BA e visitou outras cidades e países da América.


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Relaxamento e meditação

Talvez você não saiba, mas “entra em alfa” várias vezes por dia, sem precisar fazer curso de relaxamento: toda vez que fica à toa, relaxado, de olhos fechados, sem pensar em nada em particular. Pode parecer termo new age, mas o “alfa” é neurociência pura. A primeira letra do alfabeto grego foi a escolhida pelo psiquiatra alemão Hans Berger para descrever as 10 a 15 ondas elétricas por segundo, que podem ser captadas por eletrodos na superfície da cabeça, produzidas pelo cérebro quando está em “ponto morto”, acordado mas relaxado, pronto para fazer alguma coisa mas ainda não fazendo nada em particular.

        Nada mais diferente do que ocorre durante a meditação. Ainda que para um observador externo a pessoa relaxada e a pessoa em estado meditativo pareçam semelhantes, caso estejam deitadas e de olhos fechados, a diferença no funcionamento do cérebro é clara. Na meditação, as ondas elétricas produzidas pelo cérebro não são alfa, mas de outro tipo, gama: mais rápidas, oscilando 40 a 50 vezes por segundo – exatamente como no estado acordado e concentrado. De fato, ao contrário do relaxamento, a meditação é um estado de intensa atenção focada de maneira sustentada em um único processo: uma imagem, mantra, sua própria respiração, ou sentimentos de compaixão.


             É essa atenção focada que permite que todas as distrações, externas e internas, sejam silenciadas durante a meditação e deixem de afetar o fluxo natural dos pensamentos. O foco interno da atenção significa que distrações externas, e mesmo outros pensamentos, são ignorados, enquanto o cérebro suprime ativamente ações motoras e mentais. Emoções perdem a vez (exceto se a compaixão for o seu foco), e eventualmente até os limites do corpo parecem se dissolver: no estado meditativo, somente um pensamento existe. Esta é a “mente vazia” da meditação: na verdade, uma mente altamente focada, sem o burburinho incessante natural do dia a dia.

            Chegar a esse ponto requer um baita esforço dos principiantes, claro. Mas como tantas outras coisas, a prática permite ao cérebro mudar a si mesmo, e assim o enorme esforço cerebral para manter a atenção hiperfocada vai deixando de ser necessário durante a meditação. Para os experts, como monges tibetanos com dezenas de milhares de horas de prática, esse estado de atenção focada vem naturalmente. Nesse estado, com as preocupações do dia silenciadas, as respostas ao estresse diminuem, a imunidade aumenta: a calmaria na mente se estende ao corpo.



           Para quem anda atribulado e assoberbado pela vida, a meditação pode ser aquela pausa bem-vinda para “zerar” o cérebro e conseguir, ainda que por alguns instantes, suprimir todos os pensamentos angustiantes. O curioso – e ainda melhor – é que, com a prática, o controle e a paz que se alcançam durante a meditação transbordam para os outros momentos da vida.

            Com a prática, mesmo fora do estado meditativo a capacidade de atenção focada aumenta nitidamente; melhora a capacidade de suprimir pensamentos negativos e as emoções associadas; e o corpo ganha mais paz, através de uma maior ativação do sistema parassimpático, o que torna a resposta ao estresse mais controlada e saudável.

               E não, você não precisa se tornar um monge tibetano para gozar dos benefícios da meditação. Um estudo mostrou que os efeitos sobre corpo e mente já são notados com – pasme – cinco dias de prática. Quem diria: o caminho para o relaxamento passa pela atenção extrema.

                              


Fonte: Revista Mente e Cérebro